Em uma movimentação significativa para a Igreja Católica, o papa Leão XIV anunciou, nesta quinta-feira (22), a primeira nomeação feminina de seu pontificado, destacando um avanço na inclusão de mulheres em posições de liderança dentro da Cúria Romana. A irmã Tiziana Merletti foi designada como secretária do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, um departamento crucial que supervisiona as normas das instituições religiosas católicas ao redor do mundo.
Este dicastério, que pode ser comparado a um ministério no contexto governamental, é o primeiro na Cúria a ser dirigido por uma mulher, representando um marco importante na história da Igreja. Vale ressaltar que a irmã Simona Brambilla já havia sido nomeada pelo papa Francisco, antecessor de Leão XIV, como prefeita do mesmo gabinete em janeiro deste ano.
Nascida em 30 de setembro de 1959, na região dos Abruços, Itália, Tiziana Merletti é membro da congregação Irmãs Franciscanas dos Pobres. Com uma sólida formação acadêmica, Merletti graduou-se em Direito em 1984 e obteve um doutorado em Direito Canônico na Pontifícia Universidade Lateranense em 1992. Sua experiência inclui a posição de superiora geral do instituto religioso entre 2004 e 2014, e atualmente é professora na mesma faculdade onde se formou.
A eleição de Leão XIV marca uma continuidade da promoção da inclusão feminina iniciada por seu antecessor. Durante o papado de Francisco, houve um aumento significativo na representação feminina no Vaticano. Em 2013, quando Francisco assumiu o cargo, apenas 19,2% dos funcionários da Santa Sé eram mulheres; atualmente, esse número saltou para 23,4%. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo portal Vatican News em 2023, o número total de mulheres empregadas na administração do Vaticano aumentou de 846 para 1.165.
Com um total de 3.114 funcionários na Santa Sé, incluindo 812 mulheres, a proporção indica que uma em cada quatro pessoas empregadas é mulher. Essa mudança representa um avanço notável dentro da hierarquia da Igreja Católica.
Desde o início do papado de Francisco, as mulheres têm alcançado posições sem precedentes no Vaticano e ganharam direito ao voto nas assembleias globais dos bispos. A nomeação de Simona Brambilla como prefeita em janeiro de 2025 exemplifica ainda mais essa tendência crescente de empoderamento feminino nas esferas decisórias da Igreja.
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